Um homem, de nacionalidade inglesa, morreu na tarde dessa quarta-feira (14/5), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Gama. Chamada ao local para ser comunicada do óbito, uma mulher, parente do paciente, passou mal, caiu no chão e precisou de atendimento. Um clima de revolta e confusão tomou conta da unidade de saúde.
A família questionou o tratamento dispensado pelos servidores da UPA ao parente que faleceu no local. Ele deu entrada na UPA na terça-feira (13/5), foi atendido, mas recebeu alta no mesmo dia. Nessa quarta, porém, continuou reclamando de dores e voltou à unidade de saúde. Internado, acabou falecendo. A causa do óbito não foi divulgada.
Veja a confusão:
Os familiares do homem foram chamados e alegam que não receberam a devida atenção na hora do comunicado. Revoltada com a notícia, a mulher teria passado a gritar nos corredores da UPA e chutado uma porta, quando precisou ser contida pelos seguranças do local. A família alega que os vigilantes teriam agredido a mulher, versão negada pelos servidores.
Algumas testemunhas gravaram o momento de desespero. “Ela está tendo uma convulsão! Atende ela!”, gritou uma mulher no momento em que a acompanhante cai em desespero e começa a chorar.
A Polícia Militar (PMDF) foi chamada e o caso foi registrado na Polícia Civil (PCDF).
Recentemente, houve outro registro de confusão no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) e na UPA de Ceilândia. Segundo o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), faltam 941 leitos. Sem os leitos de transição, os hospitais, em especial o Hmib, e as UPAs superlotam. As equipes de saúde ficam sobrecarregadas e não conseguem os pacientes. A pressão ainda adoece os profissionais de saúde.
Outro lado
Segundo o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), responsável pela gestão das UPAs, familiares do paciente estrangeiro, que veio a óbito após ser atendido na unidade, manifestaram-se de forma exaltada, o que gerou um princípio de confusão.
“Uma das acompanhantes precisou de atendimento da equipe de saúde, que se mobilizou para prestar suporte, mesmo diante de outras intercorrências graves em curso, como uma intubação de emergência na sala vermelha”, destacou o Iges-DF.
Superlotada
De acordo com o instituto, a UPA registrava, naquele momento, superlotação, com todas as salas operando acima da capacidade prevista no plano assistencial. “Ainda assim, todos os esforços foram feitos para garantir assistência a cada caso”.
O caso está sendo acompanhado pelas autoridades da segurança pública do Distrito Federal. A instituição afirmou que iniciou uma apuração interna detalhada e, neste momento, uma reunião com as áreas de Qualidade e Segurança do Paciente está sendo realizada para avaliar o episódio.