Jornalista alerta para doença bacteriana misteriosa que causa dor generalizada e desmaios

Doença de Lyme é transmitida através da picada de carrapatos contaminados com a bactéria. Na imagem, um carrapato na pele humana.

Doença de Lyme é transmitida através da picada de carrapatos contaminados com a bactéria – Foto: Internet/Reprodução/ND

Após enfrentar a infecção por dez anos e sofrer com a falta de diagnóstico e tratamento adequado, a jornalista brasileira Beatriz Burgos criou uma campanha de conscientização para alertar sobre a doença de Lyme. Ela teve os primeiros sintomas em 2014, mas o diagnóstico médico só veio em 2024.

“É um quadro de dor constante, de fadiga constante, e os desafios são os profissionais cogitarem esse diagnóstico, porque muitos dizem que não há doença de Lyme no Brasil”, descreve a jornalista.

Beatriz relembra que passou por diversos médicos até descobrir a infecção. Durante esse período, a doença se agravou.

“A doença evoluiu para a forma crônica. Entrei em remissão, mas no segundo semestre de 2021 voltei a apresentar um quadro semelhante. Em maio de 2022 procurei ajuda médica, quando foi confirmado que eu estava passando por uma recaída da doença”, relatou Beatriz ao R7.

Devido à doença, Beatriz precisou se afastar do trabalho. Ela conta que hoje está em remissão, com a infecção controlada. Para conscientizar sobre o tema, ela criou a campanha “Fala de Lyme, Brasil”.

O que é a doença de Lyme

A doença de Lyme é uma infecção bacteriana que causa febre, desmaios e dor generalizada. A transmissão ocorre através da picada de carrapatos contaminados com a bactéria Borrelia burgdorferi.

A infecção recebe esse nome pela localidade em que foi descoberta, na cidade de Lyme, no estado de Connecticut, Estados Unidos. O país tem como estimativa 476 mil casos por ano. No Brasil, a doença ainda é pouco notificada e não há estimativa do número de casos.

Doença de Lyme é pouco notificada no Brasil e não há estimativa do número de casos atualmente. Na imagem, uma mulher com vermelhidão na pele por conta da picada do carrapato

Doença de Lyme é pouco notificada no Brasil e não há estimativa do número de casos atualmente – Foto: Divulgação/Cuidados Pela Vida

Os sintomas da doença de Lyme

A doença se caracterizada por causar dor aguda, que pode se disseminar pelo corpo e, em seguida, se tornar uma dor crônica. A manifestação da doença acontece de três a 32 dias após a picada do carrapato. Entre os principais sintomas, estão:

  • Fadiga;
  • Febre;
  • Dor difusa;
  • Espasmos musculares;
  • Cefaleia;
  • Dor de garganta e sensação de gripe;
  • Insônia;
  • Alterações cognitivas;
  • Névoa mental;
  • Ansiedade e depressão;
  • Problemas cardíacos;
  • Suores noturnos;
  • Disautonomia;

Fatores de risco para a doença

  • Passar tempo em áreas verdes (parques ou gramados) com potencial de estarem contaminadas – como regiões em que circulem animais que carregam o carrapato transmissor;
  • Estar com a pele exposta nas áreas consideradas de risco – carrapatos “grudam” com facilidade na pele desprotegida.

O que fazer

  • Se você está passando férias ou tem alguma rotina diária em áreas com carrapatos, proteja sua pele com calças e mangas longas;
  • Use repelentes eficazes contra carrapatos;
  • Não permita que os animais domésticos andem nessas com alta incidência de carrapatos;
  • Ao voltar para casa após passar o dia em áreas verdes, tome um banho e deixe as roupas secarem ao sol ou na secadora após lavadas.
  • Remover os carrapatos rapidamente, visto que, se retirado do corpo em até 48 horas, o risco de contrair a doença é menor.

Diagnóstico e prevenção

A doença de Lyme tem cura. Atualmente, existem testes que detectam a presença de anticorpos para a doença no organismo. A principal forma de tratamento é a utilização de antibióticos por via oral, por até 14 dias.

No caso do agravamento dos sintomas, o médico pode recomendar a utilização de antibióticos intravenosos, aplicados em ambiente hospitalar. Nos pacientes em que alguns sintomas persistem após o tratamento, o uso de antibióticos não é recomendado, pois não apresentam efeito benéfico.

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