Roma – A diplomacia brasileira ganhou um toque de clubismo neste sábado (17 de maio de 2025). Representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na posse do novo Papa, o vice-presidente Geraldo Alckmin presenteou a Santa Sé com uma camisa do Santos Futebol Clube, clube historicamente rival do Corinthians, time de coração de Lula.
A escolha curiosa foi anunciada nas redes sociais de Alckmin, que afirmou ter optado pelo “Peixe” porque o símbolo cristão combinaria com o espírito da ocasião.
O presente foi entregue ao arcebispo Paul Richard Gallagher, responsável pelas relações exteriores do Vaticano, que repassará o mimo ao Papa Leão XIV, após sua posse neste domingo (18).
Usa o clube, cutuca Lula e acena ao Vaticano
Com a desculpa do simbolismo religioso – afinal, o peixe é usado no cristianismo desde os tempos bíblicos – Geraldo Alckmin aproveitou a ausência do presidente para fazer uma jogada à moda antiga: aceno diplomático com toque pessoal, pitada de humor e provocação política embutida.
A camisa do Santos, clube que revelou Pelé e é símbolo do futebol arte, pode até parecer inofensiva, mas o gesto escancara uma diferença de estilo e interesses entre o vice e o titular do Planalto. Afinal, seria muito difícil imaginar Lula, fanático pelo Corinthians, cedendo espaço a qualquer “rival” — até mesmo em trajes religiosos.
Camisa foi entregue com bilhete e referência religiosa
Segundo assessores da comitiva brasileira, o presente foi acompanhado de um bilhete em português com tradução para o italiano, explicando a escolha do time. Alckmin destacou que o Santos representa “valores do esporte e da fé”. Além disso, fez questão de lembrar que a camisa já foi vestida por ídolos reverenciados mundialmente, como o próprio Pelé.
Gallagher teria recebido a lembrança com um sorriso e garantiu que repassará ao novo Pontífice, sucessor de Francisco, eleito na última semana após decisão histórica do Colégio de Cardeais.
A diplomacia do improviso
Enquanto o mundo olha para a nova fase da Igreja Católica com o Papa Leão XIV, o Brasil faz sua típica estreia na cerimônia: com leve improviso, simbolismo e, claro, um bom toque de futebol. Não é a primeira vez que o esporte entra como ponte diplomática – nem será a última.
Mas o fato de o presente vir justamente do Santos, num contexto de ausência do presidente e rivalidade futebolística nacional, adiciona uma camada de leitura mais divertida – e, para alguns, até provocativa – ao gesto.
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