Processo para beatificar padre Cícero está pronto para ir ao Vaticano

A Diocese do Crato, no Ceará, anunciou, nesta segunda-feira (19/5), que a primeira fase do processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista pela Igreja Católica foi concluída e os resultados serão enviados ao Vaticano em junho.

Após quase dois anos e meio de trabalhos, a fase diocesana encerra para que possa começar a fase romana, em que o material é analisado no Dicastério para a Causa dos Santos.

O processo de beatificação do líder religioso cerarense foi iniciado em novembro de 2022. Nessa fase, foi incluído um levantamento sobre a vida, os escritos, as qualidades e as virtudes do padre Cícero, compilados em 10 volumes,

O encerramento da fase diocesana terá também uma sessão aberta ao público no dia 7 de junho, a partir das 19h, na Basílica Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte (CE). Na semana que segue à sessão aberta ao público, toda a documentação será enviada ao Vaticano. A partir de então, começará a fase romana do processo que pode fazer de Cícero um beato.

Papa pode ajudar

O padre Cícero, atualmente, tem o título de Servo de Deus, que é atribuído àqueles que estão no início do processo de beatificação.

Caso o papa Leão XIV reconheça as virtudes de “Padim Cícero” ao fim da fase romana, o líder religioso brasileiro poderá ser nomeado como Venerável Servo de Deus.

O padre Wesley Barros, vice-postulador da causa de beatificação, afirmou que a mudança no papado não prejudicará o processo de beatificação, porque é um protocolo bem estabelecido pela Igreja.

“O novo pontífice não pode prejudicar, mas pode ajudar o processo, pois cada papa tem a sua sensibilidade, cada papa tem o seu coração aberto e, pelo que podemos podemos ouvir do Santo Padre, papa Leão XIV, nós temos a frente da Igreja um homem de uma sensibilidade pastoral ideológica muito profunda. Ele fez duas vezes a referência à piedade popular e o processo de beatificação da figura de padre Cícero se insere justamente no âmbito da piedade popular”, afirma o padre.

Os documentos foram feitos pela Comissão Histórica na fase diocesana na primeira etapa, chamada de “Inquérito sobre a vida e as virtudes do Servo de Deus”.

Uma história contada em cerca de 10 mil páginas

Segundo o padre Wesley Barros, o relatório da Comissão Histórica tem cerca de 200 páginas, enquanto os escritos do padre Cícero tiveram pouco mais de 850 páginas. O inquérito também conta dez obras literárias sobre o padre Cícero, além dos testemunhos de mais de 60 pessoas que tiveram contato com a história do religioso. Os dados reunidos resultaram em um documento de cerca de 10 mil páginas

“Foi um trabalho de garimpar mesmo entre os romeiros, entre os relatos antigos deixados na Basílica de Nossa Senhora das Dores. Nós estamos fazendo o dobro do trabalho que se pede para nos dar a segurança de que, pelo menos, do ponto de vista do protocolo, nós teremos um bom trabalho a ser oferecido”, revelou padre Wesley Barros.

Para essa parte do relatório, os membros da comissão reuniram documentos e digitaram cartas escritas desde 1934 até os dias atuais. Todo o material precisou ser microfilmado e digitado para o processo.

O vice-postulador destaca que uma das dificuldades foi recolher todo o material sem deixar de fora os aspectos relevantes, fundamentando com provas documentais.

Veja os próximos passos da beatificação:

  • Envio do primeiro inquérito da fase diocesana para Roma, previsto para junho deste ano.
  • Início da fase romana do primeiro inquérito, que pode levar padre Cícero ao título de Venerável Servo de Deus
  • Fase diocesana de um segundo inquérito, buscando comprovar um milagre atribuído a Padre Cícero
  • Fase romana do segundo inquérito, podendo tornar padre Cícero um beato da Igreja Católica.
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