O Mega Drive e o Super Nintendo foram dois grandes ícones da geração 16-bit dos videogames, fazendo história no episódio que ficou conhecido como Guerra de Consoles. Apesar de não produzir mais consoles, a SEGA foi uma das grandes companhias no segmento e brilhou bastante antes da Sony e da Microsoft decidirem entrar no jogo.
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E se hoje em dia temos o Nintendo Switch 2 chegando por US$ 449 e videogames como o PS5 e Xbox Series X sendo vendidos por US$ 499 (no Brasil, geralmente chegam entre R$ 3.500 a R$ 4.500), na época tivemos videogames menos potentes, mas com valores que também pesavam no bolso dos consumidores.
Pensando nisso, o Canaltech decidiu reunir todas as informações para você ver que comprar um Mega Drive, nos dias de hoje, também não seria muito barato. Mesmo com títulos como Sonic, Alex Kidd e Golden Axe, será que você compraria um ou deixaria a oportunidade passar?
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Lançamento e preço oficiais do Mega Drive no Brasil
Passando um pouco de contexto histórico para você, o Mega Drive surgiu no mercado em outubro de 1988 (quase dois anos antes do Super Nintendo) e era a proposta da SEGA para a geração 16-bit após uma recepção média do Master System — já que outros tinham “queimado a largada”, como é o caso do TurboGrafx-16.

O console chegou aos Estados Unidos custando US$ 190 e trouxe inúmeros sucessos durante o seu longo tempo de vida. Falar apenas de Sonic seria um sacrilégio, já que a companhia também trouxe outros títulos de peso como Golden Axe, Alex Kidd, Gunstar Heroes, Altered Beast e vários outros que marcaram época.
Além disso, é notória a distribuição oficial do Mega Drive no Brasil pela TecToy, que continua no mercado de videogames e eletrônicos até os dias atuais, com o Zeenix sendo a sua proposta mais recente no mercado.
Em seu lançamento no Brasil, no início dos anos 1990, o Mega Drive custava CR$ 230.000. Para calcular o valor dele hoje, nós tomamos o seguinte caminho: convertemos o valor para reais e, a partir disso, calculamos a inflação para chegar ao custo que ele teria se fosse lançado em 2025.
O valor era altíssimo para a época, já que em outubro de 1988 o salário mínimo em nosso país era de CR$ 23.700. Ou seja, era necessário trabalhar quase 10 meses, sem gastar nada com alimentos, contas e boletos, para comprar um Mega Drive. Vamos combinar que é uma situação mais pesada do que os 4 meses de salário mínimo de 2025 para pegar um Nintendo Switch 2, não é mesmo?
As coisas não continuaram fáceis para os brasileiros. Converter o valor em cruzeiros para o real daria cerca de R$ 83,64. Porém não foi isso o que aconteceu quando o Plano Real começou a valer em 1994, e a TecToy passou a vender o Mega Drive por R$ 289,99 no Brasil. Um preço salgado, que representaria 4 vezes o valor do salário mínimo em julho de 1994 (R$ 64,79).
Quanto custaria um Mega Drive em 2025?
É importante mencionar que o preço do Mega Drive em 1994 já inclui as taxas e impostos — o que traz números mais precisos dentro de nossa análise. Isso significa que, a partir do valor de R$ 289,99 praticado pela TecToy na época, poderemos calcular como a inflação impactou o valor do console ao longo das últimas três décadas.

Ao utilizar a calculadora do Banco Central (BACEN), o preço de R$ 289,99 cobrado pelo Mega Drive em julho de 1994 se tornam R$ 3.812,27 até o mês de abril de 2025. Essa cifra é alcançada com um índice de correção de 13,14621080 e valor percentual correspondente de 1.214,621080%.
Levando em consideração que o Mega Drive é um console de 16-bit, seria um preço extremamente alto para os dias atuais. Com este valor, muitos podem comparar com os preços de videogames como a Edição Digital do PS5 (geralmente entre R$ 3.000 e R$ 3.500) ou o Xbox Series S — que pode não ser tão potente, mas que dá um verdadeiro baile em cima do Mega Drive.
A coisa fica pior quando levamos em consideração o salário mínimo no Brasil em 2025, de R$ 1.518 — com o videogame da SEGA custando mais de 2 vezes isso. Ele passa longe do que é considerado barato, com um preço que já entra na categoria dos consoles “premium”.
Se botar ao lado das opções atuais, a situação fica ainda pior. Hoje uma pessoa pode comprar um Nintendo Switch Lite (que custa entre R$ 1.000 e R$ 1.500) e assinar o Nintendo Switch Online + Pacote de Expansão pelo valor de R$ 299,99. Assim, ela terá acesso a uma biblioteca com 50 jogos — o que impediria a pessoa de caçar os cartuchos e enfrentar uma facada no bolso chamada de “colecionismo”.
Em 2017 a TecToy chegou a lançar um “Mega Drive Mini” com mais de 20 jogos embutidos, capacidade de ler cartuchos originais e uma entrada USB para ler pen drives e rodar ROMs. Na época, o console retrô custava R$ 449, mas hoje só pode ser encontrado no mercado cinza por R$ 1.600 a R$ 2.000 — ainda abaixo dos R$ 3.800 que custaria o Mega Drive original se fosse lançado hoje em dia.
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