SXSW ainda é um evento para a música?

Hoje, quando se pensa no gigante SXSW (South By Southwest), que acontece em Austin/Texas, provavelmente as primeiras palavras que vêm à cabeça são mais relacionadas a inovação, tecnologia e desenhos de futuros do que música exatamente. Porém, em 1987, quando o evento foi criado, a música era seu carro-chefe. Depois vieram cinema, media, interatividade, educação, humor e, hoje, já são dezenas de diferentes linhas curatoriais que atraem pessoas do mundo todo para seus dez dias de evento.

Frequentemente, somos questionados por agentes da música se ainda vale a pena investir na ida para o festival, especialmente pelo alto custo envolvido e por como acabamos sempre sendo muito pequenos dentro de um evento dessa magnitude. Porém, participando de todas edições desde 2017, a conclusão que chegamos na Let’s GIG é que SIM!! E muito.

É claro que dentre as diversas conferências e festivais que promovem network para o mercado musical, é fundamental estudar cada uma e entender se ela é a ideal para o seu nicho de atuação e o mercado que você tem como estratégico naquele momento. Porém, por se tratar de em evento tão diverso, o SXSW segue como uma grande oportunidade de chegar perto das cenas mais específicas de diversas partes do mundo ao mesmo tempo. Além disso, a conexão que você pode estabelecer com marcas, tanto internacionais quanto brasileiras, durante o evento é única.

Depois de participarmos com Liniker e os Caramelows (2017/18), Luedji Luna (2019) e Tuyo (2021, 22 e 23), identificamos que a quantidade de portas que podem ser abertas para as diferentes regiões do mundo são enormes. Durante o evento, as conexões apenas começam, e o trabalho posterior de dar seguimento às conversas é o que vai trazer resultados efetivos. Mas é lá que a experiência de troca pode criar laços com essas pessoas que você vai consolidando através dos anos, e uma pessoa que você conheceu lá na primeira edição pode trazer uma oportunidade transformadora para você, sua empresa ou artistas alguns anos depois. É um trabalho de construção.

Em 2023, depois de compreendermos muito o funcionamento do SX (como ele é chamado pelos frequentadores), realizamos nossa primeira noite própria de showcases, o TROPICLUB. E mais do que uma plataforma para nossos artistas, a proposta da noite é ser uma plataforma permanente dentro do evento, que dê visibilidade aos artistas brasileiros que passam por lá.

Exatamente para garantir essa expansão de alcance, a noite é coproduzida com o time do Festival LATINXT, de Chicago. Coordenado por Daniel Crane e David Chaves, o evento já é um ponto de encontro das novidades da música latina dentro dos Estados Unidos e, por isso, nossa programação conta sempre com três artistas brasileiros e outros três vindos de outros países da América Latina, além de grupos e artistas latinos que hoje são residentes nos Estados Unidos.

O showcase acontece sempre na terça-feira do SXSW, primeiro dia da programação oficial de música, e neste ano será em 12 de março. Na programação, teremos shows de Marcelo D2, Bia Ferreira e João Brasil, dentre os artistas nacionais. A programação fica completa com a cantora Rubio (México), o cantor Venesti (Colômbia) e a banda de cumbia Cabeça de Chivo, de Chicago.

A segunda edição do TROPICLUB rola na casa de shows Speakeasy, a entrada é aberta para todos os credenciados no SXSW, tem ingressos avulsos e é sujeita à lotação do espaço.

* Ricardo Rodrigues é empresário, agente e produtor cultural. Sócio-fundador da Let’s GIG – Booking & Music Services, onde atua como Gestor Institucional e de Parcerias e na produção e agenciamento de artistas como Luedji Luna, Tuyo, FBC, Rico Dalasam, Fat Family, entre outros. Também responsável pelo serviço de internacionalização dentro da empresa, já esteve presente em algumas das principais conferências de música do mundo como o SXSW, Primavera Sound Pro, WOMEX, Reeperbahn e Mundial Montreal, entre outras.

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