Aqui tivemos uma mulher-presidente, a única, derrubada por políticos, a maioria homens, que temiam ser presos pela Lava-Jato. Afinal, era “preciso estancar a sangria”, como se disse à época.
Também se disse que ela pedalou a Lei de Responsabilidade Fiscal. Seus antecessores pedalaram e até fizeram coisas piores, como a compra de votos no Congresso – nem por isso caíram.
Governar bem ou mal não justifica a derrubada de um presidente legitimamente eleito. Bolsonaro, por exemplo, governou muito mal, conspirou contra a democracia, mas completou seu mandato.
Fernando Collor, o primeiro presidente eleito pelo voto popular depois do fim da ditadura militar de 64, caiu porque se envolveu com corrupção. O Supremo Tribunal Federal, depois, o absolveu.
O mesmo Collor, há um ano, foi condenado pelo mesmo tribunal por ter recebido 20 milhões de reais para viabilizar irregularmente contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia.
Bolsonaro, hoje, está inelegível por oito anos e pode acabar preso por atentar contra a democracia, roubar joias do acervo do Estado brasileiro e falsificar atestados de vacinação contra a Covid.
Collor está à espera da decisão do Supremo sobre o último recurso que impetrou para suspender sua condenação. Dilma Rousseff mora em Xangai, na China, onde preside o Banco dos Brics.
Boa sorte, Claudia.