Prévia The Acolyte | Uma nova era com jeitinho familiar

Quando The Acolyte foi anunciada, a ideia de contar uma série investigativa durante a era da Alta República, um período até então inexplorado em filmes e seriados de Star Wars, era muito interessante. A franquia é cheia de boas histórias, mas durante muito tempo, parecia presa a um tipo específico de trama, e sempre na mesma era.

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A série, que chega no dia 4 de junho ao Disney+, tem como tarefa principal, além de contar uma boa história, mostrar o potencial que há nesses outros lados da mitologia da saga, apresentando algo diferente com os Jedi, personagens que são tão presentes em toda a franquia. 

The Acolyte traz um novo mistério na era da Alta República de Star Wars (Imagem: Reprodução/Lucasfilm)

O Canaltech teve acesso à primeira metade da temporada de The Acolyte e pode falar que, de certa forma, a série consegue apresentar algo novo, ainda que com alguns tropeços.


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Quando os Jedi estavam no auge

Um dos pontos que mais me interessavam em The Acolyte era ver um período da história de Star Wars em que os Jedi não eram a minoria ou estavam sendo passados para trás por um senhor idoso que estava ao lado deles o tempo todo.

A chamada Era da Alta República foi quando os Jedi realmente se tornaram, com perdão do trocadilho, uma força em toda a galáxia, expandindo sua influência em vários planetas. A era que começou após uma guerra que teria acabado com a ameaça dos Sith.

Jedi no topo na Alta República (Imagem: Lucasfilm)

Durante vários anos, essa foi a realidade da galáxia, mas quando The Acolyte começa, essa gloriosa era do auge dos Jedi está chegando ao fim. Uma nova ameaça se aproxima e durante os quatro episódios, é possível notar como a Ordem Jedi foi se tornando “acomodada”. E é quando a série se torna familiar até demais.

Isso fica ainda mais evidente quando eles atuam basicamente como a polícia da galáxia, algo que ainda é realidade durante Episódio 1 ao 3, mas que demonstra que talvez os Jedi não sejam os mais espertos quando é preciso lidar com problemas. 

Jecki Lon, uma padawan em The Acolyte (Imagem: Lucasfilm)

Nos quatro episódios que vimos, a série não chega a explicitamente criticar os Jedi, mas não esconde algumas decisões equivocadas e como a Ordem passou a se envolver bem mais na parte política da República, perdendo o foco do que realmente importa. 

Apesar de não acreditar que isso terá um impacto direto na trama desta temporada, é interessante ver que os problemas que vimos com a Ordem Jedi em Star Wars: Episódio 1 – A Ameaça Fantasma já vinham de um século antes.

Novos rostos

O Canaltech teve a oportunidade de conversar com Dafne Keen, Charlie Barnett e Rebecca Henderson, que interpretam os Jedi Jecki Lon, Yord Fandar e Vernestra Rwoh, respectivamente. Dos três, apenas Vernestra é uma personagem que já existia antes da série, fazendo parte dos livros sobre a Alta República.

Keen e Barnett revelaram que o fato de seus personagens terem sido criados para a série foi muito bom por terem liberdade de trazer mais ideias para desenvolvê-los ao longo dos episódios. O ator disse que também foi importante entender o ponto de vista dos Jedi dessa era, mostrando até um pouco de arrogância na forma como lida com o resto do universo por estarem no auge de sua influência.

Elenco de The Acolyte em entrevista ao Canaltech (Imagem: Canaltech/André Mello)

Por outro lado, Henderson disse que interpretar uma personagem que já existia nos livros foi interessante pois já tinha um material interessante para entender exatamente a forma como Vernestra pensava, mas ainda se sentiu livre o suficiente para criar um pouco em cima dessa personagem, 100 anos depois da sua última história.

Nova era, mesma cara

Apesar de ter pesquisado sobre a Alta República, ainda esperava algo um pouco diferente do universo de Star Wars nesse período em The Acolyte. O que foi possível perceber é que tudo é bastante similar ao que já vimos anteriormente, principalmente durante os Prequels.

Isso pode ter tirado um pouco da minha empolgação em alguns episódios. Outro elemento que não me agradou tanto assim foi o fato de tudo parecer pequeno e “feito para TV”. Obviamente que The Acolyte teve um orçamento considerável e, tirando algumas sessões especiais de estreia, é uma produção de streaming, o que poderia ser classificado como TV, mas alguns episódios não parecem aproveitar tão bem esse dinheiro.

Pau torando (Imagem: Lucasfilm)

Em uma franquia em que tivemos produções como Andor, The Mandalorian e Ahsoka, The Acolyte tem cenas em que tudo parece artificial demais. Claro que todas as séries citadas são artificiais por se passarem em planetas que não existem e certamente foram gravadas em estúdios fechados, mas tem algo na iluminação do novo seriado que faz com que os cenários não fiquem tão bons como deveriam.

Boa história, mas desenvolvida de um jeito esquisito

A ideia de uma série de investigação dentro do universo de Star Wars é algo que sempre pareceu muito interessante, porém, The Acolyte não perde muito tempo para colocar praticamente todas as suas cartas na mesa de uma vez só.

Alguns mistérios que poderiam ser desenvolvidos em mais episódios para ter um impacto maior quando revelados são jogados na cara do espectador com poucos minutos do primeiro episódio. Toda a investigação que poderia ser feita acaba logo ali, tornando a série em uma espécie de gato e rato, misturada com uma vingança desmedida e uma sombra influenciando a todos.

Amandla Stenberg faz um bom trabalho em The Acolyte (Imagem: Lucasfilm)

O trabalho de Amandla Stenberg (Jogos Vorazes) é bastante interessante no papel da principal suspeita pelo assassinato de alguns Jedi pela galáxia, enquanto Lee Jung-jae (Round 6) demora um pouco para passar a ideia de um Mestre Jedi poderoso.

The Acolyte é uma série que demorou um pouco para fazer com que eu me importasse com os personagens e com a própria história. As coisas vão acontecendo de maneira previsível, tendo como principal atrativo a narrativa que ela reforça sobre a arrogância dos Jedi em não conseguir sentir que algo muito errado está acontecendo nas sombras. 

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Confesso que a partir do terceiro episódio, as coisas começaram a fazer mais sentido, com um quarto episódio terminando e me deixando com vontade de saber o que vai acontecer em seguida. De certa forma, o seriado mostra sua qualidade com isso, já que ainda consegue prender o espectador e deixá-lo com gostinho de quero mais.

 

Ainda é cedo para falar se The Acolyte é uma excelente série ou uma decepção. Em quatro episódios, consegui pensar que ela pode ir para qualquer um dos lados dependendo da sua segunda metade. 

Baseado nesse começo, é possível dizer que ela é interessante, mas tropeça na forma como quer contar sua história. Resta saber se isso tudo é parte de um grande plano para nos deixar maravilhados até o final da temporada ou se chegaremos ao último episódio apenas pensando que ela definitivamente é uma das séries já produzidas para streaming.

The Acolyte estreia os seus dois primeiros episódios às 22h (horário de Brasília), seguido de episódios semanais, toda terça-feira.

Leia a matéria no Canaltech.

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