BTG anuncia acordo para compra do Banco Nacional, em liquidação extrajudicial desde 1996

 

O BTG anunciou um acordo para adquirir o controle acionário do Banco Nacional, que está em em liquidação extrajudicial desde 1996. Segundo o banco, a operação faz parte da estratégia de investimentos da área de “special situations”, focada na aquisição e na recuperação de carteiras de créditos inadimplidos e compra de ativos financeiros alternativos, “que acumula expertise em ‘turnaround’ de instituições financeiras em regime especial”.

A conclusão e o fechamento da operação estão condicionados à verificação de determinadas condições, dentre elas a cessação do regime de liquidação extrajudicial do Nacional, que será possibilitada pela liquidação ou pelo saneamento de seus passivos financeiros; e a obtenção de todas as aprovações regulatórias necessárias, inclusive do Banco Central e do Cade.

Em março, o BC havia aprovado um aumento de capital de R$ 1,443 bilhão no Nacional. Em novembro do ano passado, a família Magalhães Pinto, controladora do Nacional, havia proposto à administração da massa falida realizar um aumento de capital de até R$ 1,529 bilhão. Ao mesmo tempo, informou que estava negociando a venda para o BTG.

O BTG tem se especializado em adquirir carteiras de rivais que quebraram, como fez no ano passado com o Banco Econômico, e antes disso com Bamerindus e BVA. Também estaria interessado na massa falida do Banco Santos.

O BC decretou o Regime de Administração Especial Temporária (Raet) do Banco Nacional em 18 de novembro de 1995 e parte da instituição foi alienada para o Unibanco. A liquidação extrajudicial veio em 13 de novembro de 1996.

No fim de 1995, o Nacional estava com problemas de liquidez e dando sinais de sofrer uma corrida bancária. As autoridades descobriram que o banco maquiava seus balanços usando centenas de contas fantasmas para realizar empréstimos fictícios.

O Nacional foi fundado em 1944 pelo ex-governador de Minas Gerais José de Magalhães Pinto e seu irmão Valdomiro. O banco se destacou no fim dos anos 1980 pelo pioneirismo em marketing esportivo, incluindo do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna.

Fonte: Valor Econômico

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.