Cristal mantém anãs brancas quentes por bilhões de anos

Um tipo estranho de cristal pode manter anãs brancas quentes por muito mais tempo do que se imaginava. A descoberta, publicada na Nature, revela um processo físico até então desconhecido, que pode explicar as altas temperaturas de anãs brancas muito antigas.

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As anãs brancas são remanescentes de estrelas de baixa massa, como as vermelhas e amarelas, que encerraram seus ciclos de fusão nuclear. Nosso próprio Sol vai terminar como uma anã branca envolta por uma nebulosa planetária.

Segundo os modelos teóricos atualmente aceitos, as anãs brancas são objetos quentes que esfriam com o tempo. Entretanto, o telescópio Gaia encontrou uma população de anãs brancas que mantêm a mesma temperatura há pelo menos 8 bilhões de anos.


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O novo estudo, liderado pelo Dr. Antoine Bédard da Universidade de Warwick e pelo Dr. Simon Blouin da Universidade de Victoria, revela como cristais peculiares ajudam esses objetos a permanecer quentes sem realizarem nenhuma fusão nuclear.

Anãs brancas esfriam de dentro para fora, exceto quando os cristais do núcleo são menos densos que o material da superfície (Imagem: Reprodução/University of Warwick/Mark Garlick)

No modelo padrão, que ainda deve ser verdadeiro para a maioria dos casos, as anãs brancas se cristalizam de dentro para fora à medida que o plasma em seus núcleos esfria. Contudo, o estudo mostra que cristais de baixa densidade podem se formar neste processo.

Por serem menos densos que o material líquido das camadas mais externas das anãs brancas, esses cristais flutuam para cima, enquanto o líquido mais pesado afunda. Isso libera energia gravitacional suficiente para interromper o processo de resfriamento por bilhões de anos.

Além de revelar uma nova dinâmica no universo, a descoberta implica que anãs brancas podem ser mais que meros restos de estrelas mortas. Isso também significa que, para determinar a idade desses objetos, a análise de suas temperaturas pode não ser o suficiente.

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