Pai que tentou matar estuprador do filho com deficiência intelectual vai a júri popular em SC

Acontece nesta quinta-feira (26) o julgamento do pai que tentou matar o estuprador do filho. Eloi Dematte atirou contra o cunhado após descobrir que ele abusava do próprio sobrinho, que tem deficiência intelectual. O caso foi registrado em novembro de 2015, na cidade de Ascurra.

Martelo utilizado por juiz em sentença de estuprador

Pai que tentou matar estuprador do filho com deficiência intelectual vai a júri popular em SC – Foto: Pexels/Ilustrativa/Reprodução/ND

O julgamento acontece a partir das 9h, no Tribunal do Júri da comarca de Ascurra. O homem será julgado pelo crime de tentativa de homicídio qualificado, por uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.

Segundo denúncia do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), em 6 de novembro de 2015, o acusado dirigiu até o trabalho do cunhado armado com uma espingarda, logo após descobrir sobre os estupros cometidos contra seu filho.

Ele pediu para que chamassem seu parente e, quando o mesmo se aproximou, efetuou um disparo e o acertou no pescoço. Porém, o homicídio não foi consumado, uma vez que a vítima dos disparos foi socorrida a tempo pelos bombeiros.

Dematte foi preso preventivamente por tentativa de homicídio no dia seguinte, mas recebeu liberdade provisória posteriormente.

O advogado responsável pela defesa de Dematte, Gustavo Da Luz, explicou que, diante do contexto trazido na primeira fase do processo, a defesa apresentará aos jurados de Ascurra todos os elementos a fundamentar o pedido de absolvição.

“Trata-se de caso triste, uma verdadeira tragédia humana, em que se apurou violações graves, tudo a justificar a atitude desesperada de um pai em favor de um filho com debilidade intelectual que era vítima sexual do tio por mais de 16 anos”, ressalta Da Luz.

Mãos de pessoas vítima de estuprador em imagem promocional

Estuprador cometeu abusos por mais de 16 anos – Foto: Reprodução/Freepik

Vítima revelou crimes praticados por estuprador durante sessão com psicóloga

Conforme os autos do processo, os pais da vítima de estupro foram informados pela psicóloga do filho sobre os abusos sexuais. Em uma das sessões, ele contou que o tio o estuprava constantemente, desde 1997, quando tinha 16 anos de idade.

No depoimento, ele relatou que os abusos aconteciam aos finais de semana, momento em que ficava na casa do homem.

De acordo com o processo, o sobrinho era levado até um rancho, sob pretexto de ajudar com os serviços de jardinagem. No entanto, o homem utilizava o local para estuprá-lo. A denúncia ainda apontou que ele obrigava a vítima a usar roupas femininas, como shorts e calcinhas, e também o maquiava.

O sobrinho relatou que era ameaçado com roçadeiras, machado e foice, e que o estuprador dizia que caso contasse para alguém, mataria ele e seus pais. Segundo o MPSC, a vítima foi abusada por mais de 320 vezes.

Em 8 de dezembro de 2019, o tio foi condenado a 14 anos de prisão por estupro de vulnerável. A sentença saiu quatro anos após a ação judicial. Contudo, antes que pudesse cumprir a pena, o homem morreu em um acidente de trânsito, em 13 de janeiro de 2020.

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