Em 2024, Brasil queimou mais vegetação nativa do que área de pastagem

 

De janeiro a outubro, o território brasileiro teve três vezes mais focos de queimadas e perdeu o dobro de área para o fogo do que em 2023. O MapBiomas, que monitora o uso da solo brasileiro por imagens de satélite, calcula que os incêndios devastaram 15 milhões de hectares a mais que o ano passado. No total, o Brasil queimou uma área o equivalente a um Tocantins. E para aumentar a gravidade da situação, os biomas foram mais atingidos do que as áreas de pastagens, pela primeira vez desde 2019, quando começou a medição do MapBiomas.

A destruição de um bioma resulta na morte de inúmeras espécies de plantas e animais, algumas das quais podem ser endêmicas ou estar em risco de extinção. O fogo em um sistema como esse reduz a diversidade genética e a resiliência do ecossistema, que fica mais vulnerável as mudanças climáticas, além de diminuir a fertilidade da terra e a capacidade de retenção de água.

A Amazônia foi a maior vítima do ano. Em outubro, especificamente, quase três em cada quatro hectares queimados pertenciam ao maior bioma brasileiro. A região teve um aumento de 59% de áreas queimadas, em relação ao mesmo período de 2023. Praticamente metade do que virou cinza, 1,9 milhão de hectares, era de vegetação nativa.

Biomas queimados por área perdida em outubro

– Cerrado, 934 mil hectares queimados, dos quais 86% era de vegetação nativa;

– Pantanal, 261 mil hectares, sendo 97% de área nativa;

– Mata Atlântica, 96 mil hectares perdidos.

Mato Grosso foi o estado brasileiro com mais incêndios

Mato Grosso respondeu por um quarto (24%) do território queimado em todo o Brasil (6,7 milhões de hectares), seguido pelo Pará e Tocantins, com 6,1 milhões e 2,7 milhões de hectares, respectivamente. Juntos, os três estados totalizaram 56% da área incendiada, de janeiro a outubro deste ano. Os municípios de São Félix do Xingu (PA) e Corumbá (MS) registraram as maiores faixas de terras queimadas entre janeiro e outubro de 2024, com 1,4 milhão de hectares e 795 mil hectares, respectivamente.

Fonte: VEJA

 

 

 

 

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