Caixa Econômica celebra 164 anos de trajetória em evento prestigiado

Quando Dom Pedro II fundou a Caixa Econômica Federal, em 12 de janeiro de 1861, certamente vislumbrou que a empresa pública contribuiria com inúmeros capítulos da história do Brasil. E assim faz ao longo desses 164 anos de trajetória, celebrados nesta segunda-feira (13/1), com uma prestigiada cerimônia realizada no auditório do Teatro Caixa Cultural, em Brasília. Além do presidente da instituição, Carlos Vieira, quem esteve presente de forma on-line foi o presidente Lula.

Carlos Vieira agradeceu a presença dos mais de 400 convidados, em especial a do representante do Ministério da Gestão e da Inovação, o secretário adjunto Pedro Cavalcante; dos diretores-presidentes da Caixa; dos conselheiros do Conselho de Administração; dos membros do Comitê de Auditoria; diretores; e representantes de instituições. Ele também saudou os 15 mil colaboradores da instituição, de todo o Brasil, que assistiam ao evento por meio de videoconferência.

No início do discurso, o presidente da Caixa recordou do propósito inicial da instituição: “Trazer cidadania para os brasileiros. Naquela época, tínhamos 15% da nossa população brasileira composta por escravos”. O banco se firmou como um lugar para quem quisesse abrir cadernetas de poupança e, em um momento próximo, comprar a carta de alforria, isto é, a própria liberdade.

Histórias que se multiplicam

Segundo Vieira, a Caixa não mede esforços em trabalhar para oferecer liberdade aos brasileiros. Ao rememorar o começo da instituição, o presidente trouxe em mãos a caderneta de poupança de uma mulher escravizada chamada Joana. O documento foi assinado em 1884. “O colega que participou desse momento talvez não tivesse a dimensão do que isso representaria, e de que, passados 164 anos, nós estivéssemos contando essa história aqui”, disse.

A Caixa tem contribuído com a história desse país. A primeira mulher a entrar em uma agência bancária como funcionária foi na Caixa Econômica, na década de 1920. A questão da construção de cidades, implantação de infraestrutura do país e melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro. Quando se trabalhou a bancarização, a Caixa foi o primeiro banco a permitir os brasileiros que não tinham acesso ao banco a iniciarem o seu processo de bancarização

Carlos Vieira, presidente da Caixa

Outra memória relembrada pelo presidente da instituição envolveu o caso de uma bebê que ficava em uma agência em São Paulo. Mãe solteira, a economiária Estela Chaves não tinha onde deixar a filha ao ir trabalhar. A menina costumava ficar em um espaço do banco e ser cuidada pelos colaboradores. Atualmente cônsul do Brasil, Marissol Chaves era chamada de “Criança da Caixa”. Diante da situação, funcionários se uniram, pagaram um advogado e a empresa foi obrigada judicialmente a ter uma creche.

“A primeira creche que a Caixa teve originou-se de uma situação muito peculiar e, na quarta-feira, a genitora da Marissol, Estela Chaves, receberá uma homenagem ao nomear uma das agências da Caixa Econômica Federal”, enfatizou Carlos Vieira.

“A Caixa é única”

Na avaliação do presidente da instituição, a Caixa “tem feito a realização dos sonhos de muitos brasileiros”, desde disponibilizar mais de R$ 1,2 trilhão de crédito até apoiar o esporte e dispor de uma vice-presidência voltada para a sustentabilidade.

Carlos Vieira endossou quanto a retomar o apoio à cultura e outras iniciativas. “Nós praticamente dobramos a possibilidade de orçamento, de investimento na cultura. Temos um banco com muitas novidades a apresentar”, declarou.

Vieira pontuou sobre a “jornada de transformação digital”, como chamou o processo de modernização aplicado à empresa visando atender da melhor forma a população. “Temos muitas histórias para contar. Somente em 2024 foram 404 bilhões de pagamentos em benefícios sociais. Viabilizamos o acesso à moradia digna de 3,2 milhões de brasileiros”, listou.

“Fazemos parte das histórias, contando com os nossos colegas Caixa, aposentados e da ativa, que tanto se dedicam ao papel dessa empresa, que é ser essa empresa com esse destaque, de ser o único banco com o nome feminino, de ter uma empresa vocacionada às questões sociais e, de ser o braço direito, na realidade um braço de apoio às políticas públicas desse país, além de exercer o seu papel enquanto banco comercial”, sustentou o presidente. Ele complementou: “É por isso que a Caixa é única.”

“Momentos extraordinários”

Ao discursar em uma videochamada, o presidente Lula mencionou sobre “dois momentos de muita alegria” que teve com relação aos bancos durante os mandatos em que esteve à frente do Poder Executivo. Emocionado, ele lembrou de um episódio ocorrido entre os anos de 2010 e 2013, quando 70 milhões de pessoas no Brasil foram bancalizadas, ou seja, abriram uma conta bancária.

“Um dos momentos mais extraordinários que eu vivi dentro da Caixa aqui em Brasília foi quando nós fomos fazer a ficha bancária de uma catadora de material reciclado. Essa mulher começou a chorar porque nunca imaginou que pudesse entrar em um banco e, mais importante, ela nunca imaginou que pudesse ter uma conta no banco. Isso marcou a minha vida”, salientou Lula.

O presidente ressaltou “acreditar em um mundo melhor”, e acrescentou que o brasileiro merece “ser feliz”. “É um povo que nunca desiste. Um povo que não foge à luta, que trabalha de sol a sol, e acredita que amanhã vai ser melhor. Me refiro espcialmente à parcela mais sofrida da nossa população. Ao longo desses cinco séculos de história, foi o tempo dos momentos em que o povo brasileiro recebeu de seus governantes o cuidado que merece”, atestou.

Lula enumerou os programas sociais em que a Caixa Econômica Federal está envolvida, a exemplo do Bolsa Família; Minha Casa, Minha Vida; Pé de Meia; Fies; e Novo PAC. O presidente também agradeceu aos 80 mil colaboradores da instituição, responsável pelo atendimento de 153 milhões de clientes da empresa. “É uma felicidade extraordinária poder contar mais uma vez com a parceria da Caixa na construção de um Brasil mais desenvolvido, mais justo, mais inclusivo e mais feliz”, parabenizou.

Parabéns ao som de samba

Ao som do grupo de samba Vou Pro Sereno, o presidente da Caixa, dirigentes e conselheiros cantaram parabéns para a Caixa, com direito a bolo. O presidente Lula brincou em querer comer um pedaço.

Em entrevista à coluna Claudia Meireles, Carlos Vieira relatou ser uma “grande alegria poder fazer parte dessa gestão”. “Nesse momento em que a Caixa tem um papel tão importante, além o de inserção social, também passou a ter o de inserção econômica, com a população de menor condição de acesso ao crédito, a Caixa levando essas pessoas também ao crédito pelo microcrédito”, finalizou.

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