Trump cria “taxa das blusinhas” nos EUA seguindo passos do Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acaba de aprovar novas taxas comerciais que podem afetar o e-commerce internacional. Seus planos de impor tarifas para países como Canadá, México e China também estão mirando no fim da isenção tributária para pedidos de até US$ 800.

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De forma semelhante à que ocorreu no Brasil, os americanos não teriam mais a possibilidade de comprar produtos no e-commerce internacional sem risco de serem taxados. Por aqui, o imposto ficou conhecido como “taxa das blusinhas” em referência aos produtos baratos que a varejista de moda Shein vende, mas a isenção tributária nos EUA sempre foi muito maior do que aqui no Brasil.

As novas tarifas visam aplicar 25% do valor total em itens importados do Canadá e México, enquanto o comércio chinês seria taxado em 10%.

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Atualmente, também existe uma regra que isenta pacotes pequenos do imposto de importação, mas ela também pode ser abolida em breve. Todas essas medidas podem causar um grande impacto em plataformas chinesas como Shein e Temu – alguns dos varejistas preferidos dos norte-americanos.

China preparada

Os varejistas chineses, por sua vez, já estavam se preparando para esse momento desde o ano passado. A própria Temu e outros grupos, como o Alibaba, estão investindo no mercado norte-americano desde então, buscando formas de minimizar seus prejuízos. Espera-se que a Shein siga pelo mesmo caminho.

A decisão de Trump não afetará exclusivamente o consumidor final. De janeiro a setembro de 2024, estima-se que foram importados cerca de US$ 48 bilhões em mercadorias somente por empresas locais. As regras se estendem para todos e também afetarão o varejo norte-americano.

Mesmo com os obstáculos, as expectativas de vendas da Temu ainda são altas, podendo chegar a US$ 30 bilhões até o fim do ano. A plataforma ganhou grande espaço no varejo norte-americano devido aos seus descontos recorrentes e hoje é considerada uma concorrente direta da Amazon.

Tendência global

No Brasil, o processo de tributação em compras importadas vem sendo implementado gradativamente desde 2022. A princípio, o governo começou aplicando a cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em compras abaixo de US$ 50 – que, outrora, não eram taxadas. 

Hoje, todas as compras abaixo de US$ 50 são taxadas em 20% acrescidos dos 17% do ICMS; acima desse valor, o imposto sobe para 60%.

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