São Paulo — Policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) realizaram, nesta segunda-feira (21/4), novas buscas no local onde a estudante Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, foi encontrada morta há quatro dias. Até o momento, nenhum suspeito foi localizado.
“Investigadores do DHPP estiveram no local onde o corpo da jovem foi encontrado para realizar uma nova perícia e analisar as proximidades da cena do crime. As investigações estão em andamento visando o total esclarecimento dos fatos, bem como a identificação e prisão do autor”, disse a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Na última quinta-feira (17/4), Bruna foi encontrada nos fundos de um estacionamento, na Avenida Miguel Ignácio Curi, região da Vila Carmosina, na zona leste de São Paulo. A mestranda da Universidade de São Paulo (USP) estava desaparecida desde domingo (13/4) e havia sido vista pela última vez no terminal de ônibus da estação de metrô Itaquera.
Estudante desaparecida
- Bruna desapareceu no trajeto entre a estação Itaquera do metrô e casa onde morava com os pais, na zona leste
- Ela voltava da casa do namorado, no Butantã, zona oeste
- No terminal da estação Itaquera, ela precisou carregar o celular em uma banca de jornal. Nesse momento, chegou a mandar uma mensagem para o namorado pedindo dinheiro para voltar para casa por carro de aplicativo, porque já estava tarde
- Ele transferiu o valor, mas o celular da estudante teria descarregado e não foi mais possível ter contato com ela
- Conforme Karina Amorim, amiga da vítima, a última vez que ela acessou o WhatsApp foi às 22h21 do domingo
- A família de Bruna entrou em contato com a plataforma de carros de aplicativo, que informou que a jovem não chegou a solicitar uma corrida naquela noite
Namorado relembra cronologia
Bruna havia ido para a casa de Igor Sales, seu namorado, que fica no Butantã, na zona oeste, na semana anterior. No sábado, voltou para a residência da família, em Itaquera, e, depois, foi se encontrar com uma amiga. Bruna voltou para a casa de Igor no mesmo sábado à noite, contra o conselho do namorado.
“Eu tinha falado para ela não vir, porque ela tinha que pegar o filho dela no domingo de manhã”, disse.
Segundo Igor, era comum Bruna ter que insistir para que o ex ficasse com o menino. No domingo, ela pediu para o pai de seu filho levar a criança na segunda-feira de manhã. Assim, ela poderia ficar mais tempo da casa do atual namorado.
O ex não concordou com a mudança. Bruna, então, pediu para o ex combinar com seu pai um encontro da estação de metrô para que ele entregasse a criança.
“Ela ficou comigo até 20h, até o limite, porque o pai dela tinha que ir trabalhar às 22h30, então, ela tinha que ir embora”, lembrou Igor. Ele diz que ofereceu, como sempre fazia, levá-la de moto até em casa. Porém, como havia chovido muito no Butantã, Bruna pediu apenas uma carona até a estação de metrô.
Igor contou que Bruna chegou na estação Itaquera por volta de 22h. Lá, descobriu ter perdido o ônibus que passava próximo à sua casa e decidiu fazer o trajeto a pé. Igor pediu que ela pegasse um carro de aplicativo e transferiu o valor para que a jovem pagasse a corrida. Às 22h09, ela disse que estava carregando o celular em uma banca de comércio e que iria esperar até que valor da viagem via app ficasse mais barato. Às 22h19, ela mandou: “estou indo”.
“Depois de 10 minutos eu mandei mensagem, perguntando se tinha dado certo, porque [a estação] é bem próxima da casa dela. Não dá nem cinco minutos. A mensagem chegou, mas ela não respondeu. Comecei a ligar e nada”, contou Igor.
Ele achou que a namorada poderia estar sem energia elétrica em casa e, como estava sem bateria antes, teria ido dormir. Durante a madrugada, Igor acordou algumas vezes e conferiu o celular, ainda sem resposta de Bruna.