Brasília – A decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de adiar a votação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro gerou forte reação entre deputados bolsonaristas. Parlamentares como Carlos Jordy (PL-RJ) e Carol De Toni (PL-SC) criticaram a medida e anunciaram estratégias para pressionar pela retomada da pauta.
O projeto, que previa o perdão aos participantes dos atos golpistas, foi retirado da pauta após reunião de líderes partidários. Motta justificou a decisão alegando que o texto ainda não está maduro para votação direta no plenário, sem análise prévia das comissões.
Reações dos parlamentares
O deputado Carlos Jordy expressou sua insatisfação, afirmando que a não votação do projeto é “antidemocrática” e insinuou que o Supremo Tribunal Federal estaria influenciando a decisão de Motta. Ele declarou: “Não pautar um projeto com número suficiente de assinaturas é antidemocrático, não é republicano”.
A deputada Carol De Toni anunciou uma “obstrução total” na Câmara até que o projeto seja pautado. Ela afirmou: “Temos apenas um clamor: que Hugo Motta paute a anistia”. De Toni também destacou que a anistia é uma prioridade e que a oposição manterá a obstrução até que o tema seja votado.
Justificativas para o adiamento
Segundo Hugo Motta, a decisão de adiar a votação foi tomada após reunião com líderes que representam mais de 400 parlamentares. Ele explicou que o projeto precisa passar por análise das comissões temáticas e da Comissão de Constituição e Justiça antes de ser votado em plenário. Motta afirmou: “Líderes decidiram que o tema não deveria entrar na pauta da próxima semana”.
Pressão do Partido Liberal
O Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, vinha pressionando pela tramitação em regime de urgência do projeto de anistia. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, articulou o projeto e coletou assinaturas para o requerimento de urgência. Entretanto, divergências entre a versão protocolada e a apresentada informalmente por Cavalcante geraram desconfiança entre os líderes partidários.
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