Vai instalar uma airfryer? Veja os cuidados que você precisa ter

A airfryer é um dos eletroportáteis mais populares do mundo e a simplicidade no uso justifica toda essa paixão pelo aparelho. No entanto, o que muitos podem não saber — ou deixar passar batido — é que sua instalação exige alguns cuidados: não é só colocar em qualquer tomada e ligar. 

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A maioria delas opera em uma potência muito alta, algumas vezes acima dos 1.500 W, e isso exige muito cuidado na hora de escolher tanto a posição do dispositivo quanto a tomada em que ela será usada. 

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O Canaltech conversou com especialistas e com fabricantes de airfryers para descrever alguns cuidados na hora de usar a sua fritadeira elétrica. 


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Usar instalação elétrica adequada para a airfryer 

Como destacado, as fritadeiras elétricas operam em uma potência muito alta e a instalação elétrica da casa precisa seguir algumas normas para que “aguentem” todo esse poder da fritadeira. Em alguns casos, especialmente em residências com instalações muito antigas, o risco de acidentes é ainda maior. 

Isso porque, nesses casos, a fiação da casa não está em um padrão de segurança atual, para aguentar a carga de aparelhos modernos. 

O professor de engenharia elétrica na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mateus Teixeira, destaca que, nesses casos, é preciso trocar toda a instalação: 

“[é preciso] recondutorar todos os circuitos da residência para atendimento à norma NBR ABNT 5410. Segurança sempre. Se a instalação foi construída segundo a NBR ABNT 5410, obrigatoriamente foi utilizado condutor de seção mínima de 2,5 mm² para todos os circuitos de força, como no caso das tomadas da cozinha, o que estaria adequado para o uso de uma airfryer sozinha numa tomada de 20 A.”

Muitas airfryers costumam ter potência muito alta e exigem uma instalação adequada (Imagem: Ivo Meneghel Jr/Canaltech)

A norma NBR ABNT 510, citada pelo especialista, define as regras para instalações elétricas de baixa tensão no Brasil, para garantir a segurança do sistema elétrico, tanto em instalações residenciais quanto industrias e comerciais. 

A recomendação do professor de engenharia elétrica vai de encontro, também, com o que as fabricantes orientam quanto ao uso e instalação do eletrodoméstico. A Mondial — uma das principais fabricantes das fritadeiras elétricas no Brasil, destaca o problema de instalações inadequadas: 

“A corrente elétrica é muito alta. Em um produto de 2.000 watts e 127 volts, vai ter quase 16 amperes, e isso esquenta as conexões. Se não tem conexões adequadas, elas começam a ter problemas com o tempo, vão amolecendo, perdendo o contato elétrico. Acontece muito da conexão do plugue com a tomada derreter por falta de bom contato”, explica Jacques Krause, Diretor Executivo de Produtos e Comércio Exterior da Mondial.

Nunca usar adaptadores na tomada

Outra preocupação, tanto de especialistas quanto de fabricantes da fritadeira, é o uso de adaptadores em tomadas mais comuns, de 10A, para “transformá-las” em uma tomada maior, de 20A — que é o padrão para airfryers. Não é incomum que os usuários usem esse tipo de equipamento para que os conectores mais grossos do eletrodoméstico caibam em uma tomada menor. 

Nesses casos, o risco de acidente é bem maior e, dependendo do produto e da instalação. Com o uso constante, pode ocorrer aquecimento da tomada e, com o tempo, levar a um incêndio no cabo do dispositivo e até na rede elétrica. 

“Geralmente a corrente elétrica destes equipamentos superam 10A quando usado em temperaturas maiores. Usando uma tomada de 10 A, você estará causando uma sobrecarga neste dispositivo que pode levar a aquecimento excessivo e até mesmo início de incêndio”, explica Mateus. 

A Mondial também explica que os plugues de 20A são mais grossos justamente por passar mais carga e não caber em uma tomada de 10A:

“O plugue de 20 amperes tem os pinos mais grossos, justamente para não encaixar na tomada de 10 amperes. Isso já é um indicativo de que há algo errado na instalação. A pessoa não deve forçar. O certo é substituir a tomada e avaliar também o circuito elétrico”, explica Jacques. 

Além disso, o executivo também explica que cada caso deve ser analisado com cuidado e requer uma atenção profissional para fazer a manutenção devida antes de instalar o produto:

“Cada caso precisa ser analisado por um técnico. Não basta trocar só a tomada. Às vezes, o fio e o disjuntor também não estão dimensionados para essa corrente”, conclui. 

Uso de adaptadores nas tomadas de airfryers pode causar acidentes (Imagem: Brenno Barreira/Canaltech)

O maior risco é que esses problemas costumam acontecer após algum tempo, e não logo nos primeiros usos de forma indevida. Assim, o usuário pode acreditar que está tudo certo e que não há problemas na instalação, mas com o uso prolongado pode começar a surgir falhas. A nutricionista Bruna Pinheiro, que conversou com o Canaltech a este respeito, contou uma experiência negativa que teve com o uso de adaptadores:

“Aconteceu após um tempo, a airfryer já tinha alguns anos de uso em uma tomada adequada. Mas me mudei, e usei algumas vezes com adaptador antes de dar problema, e começou a sair faísca no adaptador”, explica. 

Bruna ainda destaca que já sabia que não era a melhor forma de uso, mas que na “correria” não conseguiu trocar e acabou tendo problema:

“Minha esposa é engenheira eletricista. Ela já sabia que não era a melhor forma, mas na correria da mudança não tinha tido tempo de mudar a tomada”, conclui. 

Além do uso de adaptadores, há também casos em que o usuário “alarga” o furo de uma tomada de 10A para caber um plugue maior. Para Mateus Costa, engenheiro de produtos da Mallory — outra grande participante no mercado — essa é outra preocupação na instalação:

“Muitas vezes acontece nas casas dos clientes de eles abrirem o furo da tomada para inserir a tomada do produto na rede. Isso faz com que eu possa gerar derretimentos, choques ou até ativar o disjuntor da residência. “Se não utilizar uma tomada adequada, pode danificar o aparelho, gerar aquecimento excessivo, derretimento de componentes e até risco de incêndio”, explica Mateus. 

Também há casos em que os usuários adotam o uso de filtros de linha, para tentar dar mais “segurança” para a instalação. No entanto, dependendo do acessório, os riscos são os mesmos. Tanto extensões quanto adaptadores do tipo “benjamin” ou “T” podem não ter a segurança adequada para conectar dispositivos de tensão mais alta. 

O professor da UFPR destaca que é possível fazer o uso de filtros de linha, mas com ressalvas:

“Não seria o mais adequado [usar filtros de linha], porém, sim, desde que a capacidade de corrente do filtro de linha atenda à demanda da airfryer, de preferência com alguma sobra. E evitar uso de outro equipamento simultaneamente conectado no mesmo filtro.”

Já a Mallory destaca que o uso desses acessórios não é recomendável, e também podem causar danos ao produto:

“Nossos manuais já informam a não utilização de multiplicadores de tomada, como os T’s ou benjamins. E também colocamos uma etiqueta bem visível próxima à tomada do aparelho, indicando que não se deve utilizar adaptadores.”

Fabricantes alertam para a necessidade de seguir as instruções de uso dadas no manual  (Imagem: Ivo Meneghel Jr/Canaltech)

Por fim, as empresas também destacam a necessidade de ler o manual de instruções do produto antes do primeiro uso, tanto para aproveitar o máximo do aparelho quanto para sanar as possíveis dúvidas na instalação. A Mallory destaca, ainda, que trabalha na criação de conteúdos nas redes sociais para esclarecer as principais questões e tentar alcançar usuários que, possivelmente, não tenha lido as instruções de uso. 

“A gente sabe que muitas vezes o cliente não lê o manual, então estamos desenvolvendo conteúdos em vídeo para que o usuário entenda como desembalar, montar, instalar e usar corretamente, além dos cuidados com a tensão e instalação elétrica. A gente quer romper essa barreira cultural de fazer ‘gambiarras’. Por isso, estamos trabalhando fortemente nas redes sociais e em outros canais para levar esse tipo de orientação”, explica. 

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