Círculo de fogo deve se formar no Oceano Atlântico

O planeta Terra não é imutável, já que o lento movimento das placas tectônicas pode redesenhar a superfície. Inclusive, geólogos de Portugal e da Alemanha preveem que um círculo de fogo, também conhecido como anel de fogo, pode se formar no Oceano Atlântico.

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No presente, é conhecido o círculo de fogo do Pacífico, localizado no oceano que leva o mesmo nome. Esta região conta com a maior parte dos vulcões ativos do mundo, com erupções, e têm recorrentes episódios abalos sísmicos (terremotos), provocando instabilidades nos países próximos.

Agora, se a previsão dos pesquisadores sobre a formação do círculo de fogo do Atlântico demonstrar ser real, como aponta o estudo publicado na revista científica Geology, a região ficará completamente diferente no futuro. No entanto, isso só deve acontecer daqui a 20 milhões de anos.   


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Oceanos estão em transformação

A formação do círculo de fogo está relacionado com a “morte” do Oceano Atlântico. Da mesma forma que animais e plantas, os oceanos também nascem, crescem e, um dia, morrem — acabam “fechados”. A questão é que a duração da vida dos mares é muito mais longa que a de qualquer espécie conhecida.

Geólogos apontam para a possibilidade de formação do círculo de fogo do Atlântico, marcado pela ocorrência de erupções e terremotos (Imagem: Piermanuele Sbern/Unsplash

No caso do Atlântico, ele nasceu quando o supercontinente Pangeia se dividiu, há cerca de 180 milhões de anos, e ainda vive o seu auge. Por outro lado, o Mar Mediterrâneo é o que resta de um grande oceano, conhecido como Tétis, que existiu entre a África e a Eurásia. 

Círculo de fogo no Atlântico

No estudo, os pesquisadores da Universidade de Lisboa e da Universidade de Mainz explicam que para o Oceano Atlântico começar a sua fase de declínio é preciso que ocorra a formação de novas zonas de subducção no seu interior. 

Basicamente, é a criação de áreas em que duas placas tectónicas convergem (aproximam-se e colidem), fazendo que uma mergulhe sob a outra.

A formação de novas zonas de subducção é um processo bastante complexo e até raro. No caso deste oceano, a hipótese defendida pelos geólogos é que zonas de subducção vão migrar de um oceano que está no final da vida (no caso, o Mediterrâneo) para o Atlântico, que está no auge da vida geológica.

Através de um modelo computacional, os pesquisadores demonstram como esse processo pode ocorrer. Para ser mais preciso, a ideia é que a zona de subducção localizada no Estreito de Gibraltar irá se propagar para o interior do Atlântico e, com isso, vai contribuir para a formação de um sistema de subdução neste oceano. Em outras palavras, permitirá a formação do círculo de fogo do Atlântico. 

A seguir, veja uma animação que explica como esta zona de subducção vai chegar ao Oceano Atlântico:

 

Vale mencionar que o Estreito de Gibraltar, localizado em uma zona de subducção entre a Espanha e o Marrocos, é o ponto de encontro entre duas placas tectônicas: a placa euro-asiática e a placa africana. Se ela realmente migrar para o Atlântico, isso marcará o início de seu fim, ou seja, do seu fechamento nos próximos milhões de anos.

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